DATA | HORA
17.02.2020 | 11h00

LOCAL
Sala 1, CES | Alta - Coimbra, Portugal

ENQUADRAMENTO
O artista visual César Schofield Cardoso e a arquiteta Patti Anahory apresentam as instalações artísticas ‘Ferrugem/Rust’, ‘Volumetrias [Vazias] de Memórias/Volumes [Empty] of Memories’ e ‘Pedestais de [ex]clusão/Pedestals of [x]clusion’ desenvolvidas no Campo de Concentração do Tarrafal, em 2017.
Estes trabalhos artísticos visam abordar o Campo de Concentração do Tarrafal não só no seu papel histórico passado, mas também como espaço de reprodução de violências simbólicas contínuas. Um lugar onde acreditam ser necessário um trabalho de ressignificação do projecto museológico, e onde, paradoxalmente, existe uma reprodução de violências e exclusões, simbólicas e outras.
Informação complementar disponível em: https://storianalugar.net/

NOTAS BIOGRÁFICAS
César Schofield Cardoso, nascido na Cidade do Mindelo, Cabo Verde, África, dedica-se à fotografia, cinema, media art e web development. Em 2006, ele lançou PRAIA.MOV, um movimento de cultura urbana na Cidade da Praia, Cabo Verde, em colaboração com arquitetos, artistas e outros pensadores críticos, que marcou desde então a sua produção, em torno de questões de cidadania, justiça, espaço urbano e identidades.
Em 2009, ele produziu a instalação de vídeo UTOPIA, sobre o tema da liberdade. ROOT(S), um dos vídeos desse projeto, recebeu o Prémio do Público e uma Menção Honrosa no Festival Internacional de Cinema do Sal, Cabo Verde, 2010. Em 2009, ele considerou a condição de Prisão e do Prisioneiro Ideológico, com referência ao Campo de Concentração do Tarrafal, em sua curta-metragem KATHARSIS. Em 2011 ele foi convidado para a Bienal de São Tomé e Príncipe para o qual ele produziu o vídeo SPRITU, apresentado também no Museu da Cidade, Lisboa, em 2012. Durante este mesmo período, ele exibiu UTOPIA na Galeria Graça Brandão, Lisboa. O seu trabalho é progressivamente uma voz política, posicionamento esse assumido em ATIVU (2013), REPUBLIKA (2014) e FERRUGEM (2017).
Como Web Developer, cruza tecnologia web e trabalho de imagem e som. Criador e autor do blog bianda.blogspot.com, cofundador do Fórum Itinerante de Cinema Negro e do Storia na Lugar. De 2012 a 2016, foi coordenador do Departamento de Cinema e Media Art do Ministério da Cultura de Cabo Verde.

Patti Anahory é arquiteta pelo Boston Architectural College e mestre em arquitetura pela Princeton University, EUA. Em 2000, recebeu o prestigiado Rotch Traveling Scholarship tendo sido a segunda mulher e a primeira negra a ser premiada em 113 anos do concurso, também a primeira laureada a escolher viajar para a África Subsaariana.

Entre 2009 e 2012, foi Diretora Fundadora do CIDLOT, um centro de pesquisa aplicada multidisciplinar na Universidade de Cabo Verde, com a função de abordar as dinâmicas do território e o desenvolvimento local. Em 2011, cofundou XU:Collective, um coletivo de arte interdisciplinar, atualmente um atelier profissional, que propõe uma compreensão crítica das dinâmicas urbanas, arquitetura e multimédia.
Colabora com o vídeo-artista e desenvolvedor web César Schofield Cardoso no projeto Storia [na] Lugar / [un]grounding Narratives, uma plataforma de média participativa, em desenvolvimento, e no [p a r e n t h e s i s], um espaço para experimentação criativa e diálogo interdisciplinar.
Em 2017, foi Master Jury da primeira edição do African Architecture Awards e em 2018 membro do júri do concurso curatorial da XII Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo. Foi convidada a ser curadora regional para África na Bienal de Arquitetura e Urbanismo de Seul.  Durante 2018 foi Visiting Fellow na Universidade de Joanesburgo, África do Sul e serve atualmente como avaliadora externa do curso de arquitetura na Namibia University of Science and Technology.
Desenvolve o projeto errant_praxis, um encontro digital, um espaço independente de questionamento sobre as formas de atuação a partir do continente Africano, suas ilhas, diáspora e imaginários.