DATA
27.09.2018 – 29.09.2018 

LOCAL
Hotel Azalai e Centro Cultural Português, Bissau

PAÍS
Guiné-Bissau

 

ENQUADRAMENTO

A 24 de setembro de 2018 celebra-se o 45º aniversário da independência da Guiné-Bissau. Para assinalar a efeméride, o Centro de Estudos Sociais Amílcar Cabral (CESAC), o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (INEP) e o Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra através do projeto CROME (CES-UC/CROME) juntam-se para promover um colóquio internacional dedicado às memórias e aos legados das lutas de libertação.

Reconhecendo que as circunstâncias específicas da estratégia de guerrilha e do desenrolar da guerra de libertação na Guiné-Bissau foram decisivas para o fim da ditadura em Portugal, e com impacto, portanto, nos diferentes contextos de luta anticolonial, serão apresentadas comunicações com um enfoque particular na luta armada desencadeada na Guiné-Bissau, privilegiando a análise dos processos de memorialização nacional, transnacional e internacional a que deram origem.

Os contributos centrar-se-ão, sobretudo, em torno das seguintes temáticas:
- Memórias cruzadas das lutas de libertação: anticolonialismo, descolonização e transição para a independência
- Materializações da Memória. Os espaços simbólicos da luta de libertação em memoriais, monumentos e museus
- Os arquivos da luta: entre a História, a Memória
- Agentes da luta, construtores da Nação: os diferentes atores da libertação nacional
- Cantar e contar a luta de libertação: cultura, política e testemunho

Comissão Organizadora:
Carlos Cardoso (CESAC)
Fodé Abulai Mané (INEP)
Inês Nascimento Rodrigues (CES)
Miguel de Barros (CESAC)
Miguel Cardina (CES)
Sílvia Roque (CES)

O encontro não exige o pagamento de inscrição.

 

Programa

PROGRAMA PRÉ-COLÓQUIO

DIA 20 DE SETEMBRO – Centro Cultural Português

19h-20h30, Projeção do documentário ‘Tarrafal, o campo da morte lenta’ de Diana Andringa
Sessão documental e debate com Diana Andringa (realizadora), Constantino Lopes da Costa (ex-preso político), Miguel de Barros (CESAC) e moderação de Inês Nascimento Rodrigues (CES-UC)

 

DIA 26 DE SETEMBRO – Centro Cultural Português

19h-20h30, Roda de Conversa ‘Heranças da Luta de Libertação’ 
com MC Mário (rapper), Sumaila Djaló (ativista), Dautarin Costa (sociólogo) e moderação de Ilsa Cá e Sá (CESAC).
 

PROGRAMA COLÓQUIO

DIA 27 DE SETEMBRO – Hotel Azalai

9h-9h30, Sessão de Boas Vindas

9h30-11h, MESA 1 ‘Guerra Colonial’ (Mod. Miguel de Barros, CESAC):
Miguel Cardina (CES-UC) – “Memórias e contra-memórias da Guerra Colonial”
Verónica Ferreira (CES-UC) - “«Qual o nome desta guerra?» Mecanismos e dinâmicas de construção de uma narrativa da Guerra Colonial na Wikipédia”
Bruno Sena Martins (CES-UC) - "Memórias em busca de pátria: a guerra colonial e as lutas de libertação"

11h30-13h, MESA 2 ‘Internacional’ (Mod. Sílvia Roque, CES-UC):
Teresa Almeida Cravo (FEUC-CES) – “A libertação da Guiné-Bissau vista a partir do Ocidente”
Vincenzo Russo (Universidade de Milão) – “Desarquivando fantasmas. Terceiro-mundismo e a solidariedade internacionalista: o caso italiano perante a luta de libertação na Guiné”
Alexsandro de Sousa e Silva (USP) – “As «duas filmagens cubanas» da Guiné em ‘Madina Boé’ (1968), de José Massip”

15h-16h30, MESA 3 ‘Lugares de Memória’ (Mod. Rui Jorge Semedo, INEP):
Claudio Arbore (Universidade IULM de Milão) – “Espaços simbólicos e atores de memorialização na Guiné-Bissau: o caso da rede de museus e memoriais da ONG Acção para o Desenvolvimento”
Marília Lima (INEP) – "A Cidade de Bissau, os lugares da memória dos movimentos de libertação Nacional"
André Caiado (CES-UC) – “Monumentalização da Memória da Guerra Colonial em Portugal: processos e legados em tempos pós-coloniais”

16h30-18h, Apresentação de Livro
Apresentação e debate do livro As Voltas do Passado. As Guerras Coloniais e as Lutas de Libertação (Tinta-da-china, 2018) com Carlos Cardoso (CESAC), Miguel Cardina (CES-UC), Bruno Sena Martins (CES-UC) e moderação de Teresa Almeida Cravo (FEUC-CES).

19h-20h30, Centro Cultural Português em Bissau, Roda de Conversa ‘A participação das mulheres na luta de libertação’
com Odete Semedo (INEP), Ângela Sofia Benoliel Coutinho (IPRI/UNL e CEIS20/UC) e Diana Andringa (CES-UC) e moderação de Sílvia Roque (CES-UC)



DIA 28 DE SETEMBRO – Hotel Azalai

9h-10h30, MESA 4 ‘Figuras’ (Mod. Carlos Cardoso, INEP):
Sílvia Roque (CES-UC) – “Amílcar Cabral: itinerários de memória”
Roberto Vecchi (Universidade de Bolonha) – “Amílcar Cabral: uma política da filosofia. Memórias conceituais e metafísica da resistência”
Ângela Sofia Benoliel Coutinho (IPRI/UNL e CEIS20/UC) – “As trajectórias dos dirigentes do PAIGC: ‘fundadores’ e membros do Comité Executivo da Luta (1956-1980)”

11h-12h30, MESA 5 ‘Luta’ (Mod. Mustafah Dhada, CSU):
Rui Jorge Semedo (INEP) – “Conacri como Espaço Duplo: retaguarda de luta e de produção e reprodução de conflitos”
Leopoldo Amado (CEDEAO) - "Memória e história da guerra de libertação nacional: desdobramentos estratégicos-tácticos dos dispositivos no Teatro de operações"
Sofia da Palma Rodrigues (CES/FEUC) – “Comandos Africanos: memórias e testemunhos da Guerra Colonial e da descolonização da Guiné-Bissau”

14h30-15h30, MESA 6 ‘Arte’ (Mod. Fodé Abulai Mané, INEP):
Andrea Cristina Muraro (UNILAB) – “No bolso da bata sempre tinha uma noz de cola: literatura e memória da luta de libertação em Guiné-Bissau”
Jusciele Oliveira (Universidade do Algarve) – “«Eu me inspiro na cultura do meu país»: cinema, história, memória e identidades culturais nas representações cinematográficas de Flora Gomes”

15h30-17h00, MESA 7 ‘Combatente’ (Mod. Bruno Sena Martins, CES-UC):
Inês Nascimento Rodrigues e Miguel Cardina (CES-UC) - “Construindo o Combatente da Liberdade da Pátria em Cabo Verde: representações, metamorfoses e ambivalências”
Miguel de Barros (CESAC) – “(Des)Encantos – trânsitos de memórias da figura do Combatente da Liberdade da Pátria na música popular e de intervenção na Guiné-Bissau”

19h-20h30, Centro Cultural Português em Bissau, Roda de Conversa ‘A memória da luta de libertação nas artes’
com Agnelo Regalla (combatente e poeta), Flora Gomes (cineasta), Adriano Gomes Ferreira (músico) e moderação de Zaida Pereira (Reitora da Universidade Católica/CESAC).

 

DIA 29 DE SETEMBRO – Hotel Azalai

9h-10h30, MESA 8 ‘Arquivo’ (Mod. Claudio Arbore, Un. IULM Milão):
Victor Barros (IHC/UNL e CEIS20/UC) – “Arquivos Cruzados, Memórias Plurais e Escrita da História”
Rui Vilela (Fundação Kunstfonds) – “Arquividade – a condição do arquivo”
Mustafah Dhada (California State University) – “Warriors At Work: o que ainda pode contar este livro da luta de libertação na Guiné-Bissau?”

11h-12h00, MESA 9 ‘Heranças’ (Mod. Claudina Viegas, CESAC):
Ana Mouta Faria (ISCTE-IUL) – “A ‘guerra das memórias’ na Descolonização da Guiné-Bissau: contributos para o cruzamento de memórias de combatentes adversários das FAP e PAIGC (1969-1974)”
Fodé Mané (INEP) - "Revisitar a constituição da República de Boé para compreender as Utopias da construção de um Estado Democrático"

12h-12h30, Sessão de Encerramento

 

BIOGRAFIAS DAS/OS PARTICIPANTES

Adriano Gomes Ferreira, mais conhecido como ‘Atchutchi’, é um dos compositores musicais de referência da Guiné-Bissau e fundador dos Super Mama Djombo, banda icónica formada em 1960 e que cantava em crioulo. Atualmente, é político e Combatente da Liberdade da Pátria.

Agnelo Regalla nasceu na Guiné-Bissau a 9 de julho de 1952. Formou-se em jornalismo no Centro de Formação de Jornalistas em França. Desempenhou as funções de diretor da Radiodifusão Nacional, de diretor-geral da Informação do Ministério da Informação e integrou o Governo por duas ocasiões como secretário de Estado da Informação. Atualmente, é presidente da União para a Mudança (UM), Combatente da Liberdade da Pátria e poeta.

Alexsandro de Sousa e Silva possui Bacharelado e Licenciatura em História (2011) pela Universidade de São Paulo (USP) e é mestre em História Social (2015) pela mesma instituição. Atualmente, desenvolve tese de doutorado, financiada pelo CNPq, no mesmo programa de pós-graduação, com projeto de pesquisa sobre as conexões políticas e cinematográficas entre Cuba e países africanos, como Argélia, Angola e Guiné Bissau, entre 1960 e 1991.

Ana Mouta Faria é Professora Auxiliar do ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa, departamento de História (aposentada), atualmente Investigadora associada do CIES, linha de História. As suas áreas de interesse são colonialismo e descolonização portuguesa; o Movimento das Forças Armadas e a descolonização portuguesa; história político-religiosa contemporânea portuguesa. Tendo a seguinte pesquisa em curso: As Forças Armadas, o MFA e a Descolonização Portuguesa para além de diversas publicações na área.

André Caiado é investigador júnior no Centro de Estudos Sociais e doutorando no Programa de Doutoramento ‘Patrimónios de Influência Portuguesa’ na Universidade de Coimbra. Atualmente desempenha funções como Research Manager no projeto “CROME - Memórias cruzadas, políticas do silêncio: as guerras coloniais e de libertação em tempos pós-coloniais”. Os seus atuais interesses de investigação centram-se nos estudos da memória da guerra colonial, processos de memorialização e monumentalização da memória, peregrinações militares e turismo da saudade.

Andrea Cristina Muraro é Doutora em Letras pela Universidade de São Paulo (2012), Mestre em Literatura e Crítica literária pela PUC/SP (2006). Licenciada em Letras (1995). Atualmente, desenvolve pesquisa de pós-doutorado pela Universidade de São Paulo. É professora adjunta das disciplinas Literaturas em Língua Portuguesa, na UNILAB, Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Campus Ceará), coordenadora do projeto de extensão Curso de Línguas e Culturas Crioulas.

Ângela Sofia Benoliel Coutinho é investigadora no IPRI / Universidade Nova de Lisboa e no CEIS20 – Universidade de Coimbra. É doutorada em História da África Negra Contemporânea pela Universidade de Paris I – Panthéon ‑ Sorbonne, desde 2005. Leccionou no ensino superior em França e em Cabo Verde e foi bolseira de pós-doutoramento da FCT, em Portugal. Actualmente, leva a cabo estudos financiados por diversas instituições estrangeiras, dos EUA, Alemanha e Senegal.

Bruno Sena Martins é investigador do CES, vice-presidente do Conselho Científico e cocoordenador do Programa de Doutoramento ’Human Rights in Contemporary Societies’ da Universidade de Coimbra. Antropólogo e doutorado em Sociologia pela Universidade de Coimbra. Os atuais interesses de investigação debruçam-se sobre os temas do corpo, deficiência, direitos humanos e colonialismo.

Carlos Cardoso é formado em Antropologia Social e Filosofia, tendo adquirido o seu doutoramento em Filosofia na Universidade Friedrich-Schiller, Alemanha, e grau de Mestre em Antropologia Social pela Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais (EHESS), Paris, França. Foi Diretor do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa da Guiné-Bissau (INEP) e professor de Sociologia Política na Universidade Lusófona de Lisboa. Até recentemente, foi Diretor do Departamento de Pesquisa do Conselho para o Desenvolvimento da Pesquisa em Ciências Sociais em África (CODESRIA) com sede em Dacar. Recentemente, fundou o Centro de Estudos Sociais Amílcar Cabral. Carlos Cardoso é autor e coautor de vários livros e artigos versando sobre temas relacionados com a Guiné-Bissau e a África, nas disciplinas de História, Sociologia Política e Antropologia Social.

Claudina Viegas é jurista e cocoordenadora da célula de pesquisa do CESAC, da qual é também membro fundador.

Claudio Arbore, geógrafo, é professor contratado de Políticas do Território e do Ambiente na Universidade IULM de Milão (Itália). Trabalha como investigador e coordenador de projetos na cooperação internacional desde 2003, lidando com planeamento territorial em áreas protegidas africanas, turismo e valorização do património cultural, com particulares enfoques sobre os processos de memorialização. Atualmente é coordenador técnico-científico do Memorial da Escravatura e do Tráfico Negreiro de Cacheu (Guiné-Bissau).

Constantino Lopes da Costa nasceu em Bafatá em 1938. Integra o PAIGC pouco depois da sua criação, acabando por ser preso e enviado para o Tarrafal em 1962. Depois da independência da Guiné-Bissau foi embaixador em Lisboa. É Combatente da Liberdade da Pátria.

Dautarin da Costa é guineense, nascido na Rússia, em St. Petersburgo, em 1981. Passou a adolescência na Guiné-Bissau, fez a formação superior em Lisboa e agora vive e trabalha em Bissau. Licenciado e mestre em sociologia pelo Instituto Superior das Ciências do Trabalho e da Empresa-Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL), Dautarin faz da escrita um meio de partilha de ideias e de incitação de debates sobre processos de transformação social. Atualmente, é diretor do Programa Aldeias de Crianças SOS-Bissau.

Diana Andringa nasceu em 1947, no Dundo, Lunda-Norte, Angola, vindo para Portugal em 1958. Em 1964 ingressou na Faculdade de Medicina de Lisboa, que abandonou para se dedicar ao jornalismo. Em 1968, frequentou o 1º Curso de Jornalismo criado pelo Sindicato dos Jornalistas e entrou para a Vida Mundial, de onde saiu no âmbito de uma demissão coletiva. Desempregada, foi copywriter de publicidade, trabalho que a prisão pela PIDE, em janeiro de 1970, interrompeu. Condenada a 20 meses de prisão por apoio à causa da independência de Angola, voltou ao jornalismo. De 1978 a 2001 foi jornalista na RTP. Foi também cronista no Diário de Notícias, na RDP e no Público e fugaz diretora-adjunta do Diário de Lisboa. Atualmente documentarista independente regressou à Universidade, doutorando-se em Sociologia da Comunicação pelo ISCTE em 2013.

Flora Gomes (n. Cadique, 13 de dezembro de 1949), é pioneiro do cinema da Guiné-Bissau e um dos mais representativos cineastas africanos. Estudou cinema no ICAIC em Cuba e no Senegal. Autor de uma extensa filmografia, a sua primeira longa-metragem de ficção data de 1987: Mortu Nega, um filme que evoca a luta pela independência.

Fodé Abulai Mané é doutorado e investigador do INEP.

Ilsa Cá e Sá é licenciada em Relações Internacionais e foi assistente de projeto na ONG Tiniguena. Integra a direção do CESAC.

Inês Nascimento Rodrigues é investigadora em pós-doutoramento no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, onde integra a equipa do projeto "CROME - Memórias Cruzadas, Políticas do Silêncio: as guerras coloniais e de libertação em tempos pós-coloniais", coordenado por Miguel Cardina. É doutorada em Pós-colonialismos e Cidadania Global pelo CES/FEUC, onde desenvolveu uma investigação sobre as representações do Massacre de Batepá em São Tomé e Príncipe. Os seus atuais interesses de investigação centram-se nos estudos da memória, nas teorias pós-coloniais e nos debates sobre a representação e comemoração das guerras coloniais e de libertação.

Jusciele Oliveira possui graduação em Letras Vernáculas pela Universidade Federal da Bahia (2006). Mestre em Literatura e Cultura, pela Universidade Federal da Bahia (2013), com a dissertação sob o título "Tempos de Paz e Guerra: dilemas da contemporaneidade no filme Nha fala de Flora Gomes". Desde 2014, realiza doutorado, pelo Centro de Investigação em Artes e Comunicação da Universidade do Algarve, sob a orientação da Prof. Dra. Mirian Tavares (Bolsista do Programa Doutorado Pleno no Exterior da CAPES/Brasil), investigando cinemas bissau-guineenses e africanos, especificamente as marcas autorais do cineasta Flora Gomes. Tem experiência e textos publicados nas áreas de Culturas, Literaturas e Cinemas Africanos de Língua Portuguesa, nacional e internacionalmente.

Leopoldo Amado é doutorado em História Contemporânea pela Universidade de Lisboa. Foi Diretor-Geral do INEP -  Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas da Guiné‑Bissau e é atualmente Comissário da CEDEAO para a Educação, Ciência e Cultura. É autor, entre várias outras obras, de Guerra Colonial e Guerra de Libertação Nacional: O caso da GuinéBissau (edições do IPAD, Lisboa, 2012).

Marília Lima é investigadora do INEP.

MC Mário é gestor, fundador da banda Maxposs e rapper.

Miguel de Barros é guineense, sociólogo, cofundador do Centro de Estudos Sociais Amílcar Cabral – CESAC, no qual é coordenador da Célula de Pesquisa sobre História, Antropologia e Sociologia (Guiné-Bissau), investigador do Núcleo de Estudos Trandisciplinares de Comunicação e Consciência da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Brasil), do Centro de Estudios Internacionales Epistemología de Frontera y Economía Psicopolítica de la Cultura, Universidade de La Frontera (Chile), do Centre Tricontinental – CETRI (Bélgica), e ainda membro do Conselho para o Desenvolvimento de Pesquisa em Ciências Sociais em África – CODESRIA. É autor de A Sociedade Civil e o Estado na Guiné-Bissau: Dinâmicas, desafios e perspetivas (2015).

Miguel Cardina é investigador do Centro de Estudos Sociais. É atualmente Presidente do Conselho Científico do CES e foi membro da coordenação do Núcleo de Humanidades, Migrações e Estudos para a Paz (NHUMEP) entre 2013 a 2106. Recebeu em 2016 a bolsa Starting Grant do European Research Council (ERC - Conselho Europeu para a Investigação) na qualidade de coordenador do projeto de investigação «CROME - Crossed Memories, Politics of Silence. The Colonial-Liberation Wars in Postcolonial Times». É autor ou coautor de vários livros, capítulos e artigos sobre colonialismo, anticolonialismo e guerra colonial; história das ideologias políticas nas décadas de 1960 e 1970; e dinâmicas entre história e memória.

Mustafah Dhada é Professor de História de África e do Médio Oriente na California State University e Investigador Associado do CES. Tem desenvolvido a sua investigação em torno da história colonial portuguesa em África. É autor de Warriors at Work: How Guinea was really set free (Niwot: University of Colorado Press, 1993) e de O Massacre Português de Wiriamu (editado pela Bloomsbury e pela Tinta da China, 2016).

Odete Semedo é escritora, política e professora universitária na Guiné-Bissau. É investigadora do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (Guiné-Bissau). É licenciada em Línguas e Literaturas Modernas pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e doutorada, em 2010, pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, com a tese As Mandjuandadi – Cantigas de mulher na Guiné-Bissau: da tradição oral à literatura. Foi reitora da Universidade Amílcar Cabral e é atualmente vice-presidente do PAIGC.

Roberto Vecchi é professor catedrático de Literatura Portuguesa e Brasileira e de História da cultura portuguesa na Universidade de Bolonha. É diretor do Departamento de Línguas, Literatura e Culturas Modernas desta Universidade e, com Margarida Calafate Ribeiro, coordenador da Cátedra Eduardo Lourenço. Em Portugal, é investigador associado do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. É Honorary Professor (2017-2019) of Lusophone Studies at the School of Cultures, Languages and Area Studies na Universidade de Nottingham. É presidente desde 2014 da AIL, a Associação Internacional de Lusitanistas.

Rui Jorge Semedo é politólogo e investigador associado do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa (INEP).

Rui Vilela completou o mestrado de artes plásticas pelo Dutch Art Institute, onde apresentou a tese As the Word was Told, que assenta na volatilidade da voz na obra de arte. O seu atual projeto Non-historicised Histories, no âmbito do qual convida artistas a reinterpretarem legados históricos, propõe pensar a narratabilidade da historiografia à luz do arquivo sonoro da Radiodifusão Nacional da Guiné-Bissau. Vive entre Lisboa e Berlim e é atualmente bolseiro da Fundação Kunstfonds.

Sílvia Roque é investigadora do CES, cocoordenadora do Núcleo de Humanidades, Migrações e Estudos para a Paz (NHUMEP) e doutorada em Relações Internacionais pela Universidade de Coimbra. Os atuais interesses de investigação centram-se nos estudos da memória e pós-memória das lutas de libertação; nas trajetórias dos jovens guineenses e descendentes de guineenses na Europa; e na violência sexual e de género na guerra e na paz.

Sofia da Palma Rodrigues é aluna do programa de doutoramento Pós-Colonialismos e Cidadania Global, no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, e estuda as micronarrativas que relatam as vivências e os afetos experienciados pelos Comandos Africanos das Forças Armadas na Guerra de Libertação e na descolonização da Guiné-Bissau. Partindo da hipótese de que as suas estórias foram silenciadas - por não caberem nem na narrativa colonialista, nem na nacionalista - pretende, através da recolha de relatos das memórias, fazer emergir vozes que tendem a ficar fora da História. É formada em Ciências da Comunicação pela Universidade Nova de Lisboa, trabalhou como jornalista em diversas publicações em Portugal e, atualmente, é repórter freelancer.

Sumaila Djaló é professor do Ensino Secundário, ativista político e crítico literário. É membro da direção do Movimento de Cidadãos Conscientes e Inconformados.

Teresa Almeida Cravo é Professora Auxiliar de Relações Internacionais da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e Investigadora do Centro de Estudos Sociais. É atualmente cocoordenadora do programa de Doutoramento “Democracia no século XXI” e coordenadora do Mestrado em Relações Internacionais – Estudos da Paz, Segurança e Desenvolvimento. Concluiu o Doutoramento na Universidade de Cambridge e é atualmente investigadora visitante no Centro de Estudos Africanos da Universidade de Oxford. A sua investigação debruça-se sobre paz e violência, segurança, desenvolvimento e intervencionismo global, em particular no contexto lusófono.

Verónica Ferreira é licenciada em Ciência Política e Relações Internacionais pela FCSH/UNL (2013), com uma Pós-Graduação em Estudos Estratégicos e de Segurança pela mesma faculdade, em parceria com o Instituto da Defesa Nacional (2014) e um Mestrado em Relações Internacionais (2016). É atualmente estudante no programa doutoral «Discursos: História, Cultura e Sociedade» (CES/UC) e bolseira pelo projeto «CROME - Memórias cruzadas, políticas do silêncio: as guerras coloniais e de libertação em tempos pós-coloniais», coordenado por Miguel Cardina. As suas principais áreas de interesse são os Estudos de Género e Pós-coloniais.

Victor Barros é investigador do Instituto de História Contemporânea da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (IHC-UNL) e colaborador do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX (CEIS20) da Universidade de Coimbra. Foi bolseiro de doutoramento da Fundação Calouste Gulbenkian em Estudos Contemporâneos na Universidade de Coimbra, fez trabalhos de investigação de arquivo em Portugal, Cabo Verde, França, Angola e frequentou seminários de investigação na École des Hautes Études en Sciences Sociales (Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais), em Paris. Foi também investigador contemplado com o financiamento do Institut Français de l’Afrique du Sud (Instituto Francês da África do Sul) para a missão de pesquisas de arquivo em Moçambique.

Vincenzo Russo é Professor Associado de Literatura Portuguesa e Brasileira na Universidade de Milão. Entre os seus volumes: Tenebre Bianche. Immaginari coloniali fin-de-siècle (2008); Suspeita do Avesso. Barroco e Neo-Barroco na Poesia Portuguesa Contemporânea, 2008; com R. Vecchi, La Letteratura Portoghese. I testi e le idee, (2017). Publicou edições italianas de autores portugueses, brasileiros e angolanos (João Paulo Borges Coelho, Bocage, Fernando Pessoa, Eduardo Lourenço, António Ramos Rosa, Eça de Queirós, Boaventura de Sousa Santos, Pepetela, Vergílio Ferreira, Lima Barreto, José Luís Peixoto). Desde julho de 2014 é Secretário Geral-Tesoureiro da AIL (Associação Internacional de Lusitanistas).

Zaida Pereira foi reitora da Universidade Amílcar Cabral, em Bissau. Atualmente, é reitora da Universidade Católica e membro da direção do CESAC, onde coordena a célula de pesquisa com Claudina Viegas.